Adeus

Como diz uma amiga, canceriana que sou, choro até quando vejo arco-íris. Odeio despedidas e essa, confesso, não é das mais fáceis. Por muito tempo, e ainda hoje, o Onomatopéia era destino mais do que certo quando a vontade de dizer algo sufocava a voz. Aí o desabafo era escrever. Escrever a letra da canção que embalou o dia, o garotinho do olhar marcante visto no ônibus, a sensação deliciosa de estar apaixonada, o trecho do livro que ficou na cabeça tão nítido, a felicidade de estar entre amigos. Assim é o papel (ou a tela do computador): ao mesmo tempo em que aceita tudo, nada cobra pela palavra escrita. Não exige explicações, nunca vai  jogar na cara as coisas ditas ou caladas. Além de tudo isso, um blog sempre faz bem para o ego. São tantas as pessoas que dizem “oh, como você escreve bem!” que, mais cedo ou mais tarde, acaba-se acreditando. Hora do ego sossegar.

A todos e a todas que me leram ao longo desses quase quatro anos, obrigada.

Um dia eu volto, quem sabe. Por enquanto não.

Tempo

Crianças desenham relógios no pulso. Hoje seria pequena de novo e caprichosamente estamparia um em mim. Ele apontaria 18h do dia 6 de maio de 2009 (porque o meu seria dos mais caros e teria também calendário) por um bom tempo. Depois eu esfregaria bem bem com água e sabão e pronto.