Minha mãe sempre me diz que eu não deveria emendar trabalho com faculdade com balada com bar com casa da tia, que vou cansar, que isso faz mal, que deveria ficar um pouco em casa pra esfriar um pouco. É sabido que mãe quase sempre sabe das coisas. Mas eu não gosto que me digam o que tenho que fazer, porque só euzinha mesmo pra saber até onde consigo ir. Os meus limites são só meus.
* * *
Na madrugada de domingo, voltando da sinuca com os amigos, ao chegar em casa botei uma música pra ouvir durante o banho pré-sono. “It ain’t me babe”, do Bob Dylan. “I’m not the one you want, babe, I’m not the one you need”. Eu não sou quem você quer, garota, eu não sou quem você precisa. Saí do banho e ouvi a música mais cinco vezes. Os meus quereres são só meus.
* * *
Cinco vezes porque, quem sabe, eu acredito na mentira. Eu não sou quem você quer, garota, eu não sou quem você precisa. Eu não sou quem você quer, garota, eu não sou quem você precisa. Eu não sou quem você quer, garota, eu não sou quem você precisa. Eu não sou quem você quer, garota, eu não sou quem você precisa. Deslavada.
* * *
“Não quero ter razão, quero ser feliz.” Lembrei. É do Ferreira Gullar.
* * *
É essa daqui.