Entre um béquer e uma proveta, uma lição

Sempre gostei de Exatas. Os determinantes da aula de Matemática e as Leis de Newton da Física me intrigavam. Mas o que eu mais adorava era a aula de Laboratório de Química. Ainda lembro da luz do magnésio, das cores dos sais quando aquecidos, das experiências de osmose. Todos aqueles recipientes, cada qual com uma finalidade diferente, me encantavam. Sentia-me como Paracelso ou Flamel.

O que mais me divertia nessas aulas era o carinho que a professora dedicava a disciplina que lecionava. Ela chamava as moléculas de “molequinhas”, fazia piadas com as tabelas de conversão de nomenclatura. Por outro lado, nós, simples mortais, sofríamos com tantos nomes, tantos prefixos, tantos números e fórmulas. O esforço que ela fazia para que os alunos decorassem tudo aquilo era hercúleo. Não havia fórmula cabeluda que não ganhasse uma quadrinha, um poeminha.

Alguns truques com a Tabela Periódica são compartilhados por muitos estudantes. É o caso do “bela magricela casou com senhor barão”. Outros, nem tanto. Minha cidade, como não podia ficar de fora, também ganhou uma frase referente aos elementos Oxigênio (O), Enxofre (S), Selênio (Se), Telúrio (Te) e Polônio (Po). Nas escolas normais era “os sete porquinhos” Na minha, tratávamos a família como “Osasco sempre será tema policial”.

Esses são anos incríveis, com certeza.

“What would you think if I sang out of tune,
Would you stand up and walk out on me?
Lend me your ears and I’ll sing you a song
And I’ll try not to sing out of key”

(With a little help from my friends, na voz de Joe Cocker)

Descobri que essa música é uma composição de Lennon e McCartney. Ironia do destino.

É incrível como uma música tem a capacidade de refletir os momentos pelos quais passamos.

Essa me fez sentir especialmente bem.

Uma palavra de conforto

Nesses dias, imersa em marasmo total, vivo o desapego às palavras e ao mundo jornalístico. Distante da prática da reportagem, do penar das resenhas e das crônicas e da eterna procura por fontes, fiquei com medo de virar professora de cursinho.

Aí uma amiga lembrou que, nessas peculiares salas de aula, existem pencas de adolescentes estressados cheios de espinhas e com muito amor para dar.

De medo, passei a ter pavor.

Eu e Floyd

Já aos quatro, cinco anos de idade eu pedia para que meu pai colocasse no toca-fitas do carro a música das moedinhas. Eu nem imaginava, naquela época, que a tal canção chamava-se Money. O K7 reunia o que o Pink Floyd tinha de melhor. Uma escolha difícil.

No dia 23 de março, terei um dos meus maiores sonhos realizado. Ver pelo menos um floydiano ao vivo. Melhor que isso, só a banda original. Roger Waters, aí vou eu!

A primeira vez a gente nunca esquece