14 de outubro de 2008

Há um ano, o dia começava com toda família Scriboni (onde a vaca vai, o boi vai atrás) se aprontando para o acontecimento do mês. De café-da-manhã, tomei só um copo de suco, que desceu como se fosse farofa. A garganta estava seca. Nunca o caminho para a Avenida Paulista fora tão rápido. Lembro que no dia ganhei uma mensagem linda da Iza Prado me desejando flores, depois um Alpino da Mari Marcondes, mais um pão-de-mel do Diogo. A cada minuto, olhava pra porta da Sala Aloysio Biondi: rezava pela presença de um, rogava pela ausência de outro. Nenhum dos dois apareceu. Menos mal. A Mari Savarese também estava lá e, embora de costas, pude perceber pela energia boa que vinha dela. A Vivi, mais nervosa ainda que as autoras da monografia. E a Jana que, como sempre, era toda pensamentos positivos. Não sei se já agradeci a todos vocês, então agradeço hoje. Obrigada mesmo. Pelos conselhos, pelas ligações especiais no meio da madrugada, pelas palavras de incentivo.

Antes do início da banca, não sabíamos, eu e a Lígia, se chorávamos ou se comemorávamos a monografia que, orgulhosamente, era apresentada por nós como a primeira de toda Faculdade Cásper Líbero a ficar pronta, mais de um mês antes do prazo final dado pela Coordenadoria de Jornalismo. Ainda: nosso orientador, o Luís Mauro, estava beeeem além-mar, lá na Inglaterra. Quando o Welington se sentou na cadeira (hahaha! o Welington que parecia só corpo, sem pernas! hahaha), gelei. Pra mim, ele sempre foi o melhor professor da faculdade, talvez o que mais tenha compensado nos quatro anos de curso. Uma coisa era certa: a nota que nós recebêssemos, seria a nota justa. Conversa vai, conversa vem, a voz da Lígia ficando mais embargada, eu rindo de tudo. A volta dos membros da banca com a nota já escolhida. Um dez, a princípio levado na brincadeira. Quase que grito “ei, vocês têm certeza? ah, mentira! jura aí! mas não vale cruzar o dedo, não!  mostra a mão aqui! posso comemorar mesmo?”. Hahaha, incrível (e o vídeo está aí embaixo pra provar).

Por isso, valeu a pena perder noites e noites de sono

Pra mim, o dia 14 de outubro de 2008 tem gosto de amizade, antes de mais nada (porque, confesso, sozinha eu não teria conseguido mas é nunca). 14 de outubro, no meio da primavera, tem gosto da minha saia vermelha de florzinhas, gosto de coisa recém-começada, de um mundo novinho. Gosto de universitário repleto de expectativa, de vontade de fazer o que se quer, de fé na mídia como elemento construtor e transformador (para melhor, espero). Gosto de um monte de coisas na quais, graças a Deus, ainda acredito.

14 de outubro de 2009.

Pós-banca

A banca é às onze e meia, né? Ah, ainda falta meia hora, chego a tempo! Não vai se atrasar, hein, senão atrapalha. Aaaaaaaeee! Calma, calma, a banca ainda nem aconteceu! Comprei um chocolate pra você. Hmm, é alpino, que delícia. Moço, eu preciso passar esse dvd, mas tá sem editar… você pára no tempo pra mim? Cadê ele, droga… Lia liga a TV e a luz reflete em seu rosto. Você coloca o espiral pra mim, por favor? Ai, que sapato chato. O senhor é professor aqui da Cásper? Não, sou o pai da Marília. Rá Tim Bum! A monografia de vocês está saborosa. Stuart Hall não, Stuart Hall não. Senta que lá vem a história. Tem uma música, a Sexy Sylvia, que não é para crianças. Divertido e lúdico, divertido e lúdico, divertido e lúdico. Masmorras feudais, duas vezes. É uma bela metáfora, mas para quê? Expectador, oras, é aquele que espera muito uma coisa. Stuart Hall não! Ufa. Oi, oi, oi! Sim, estamos um bocado nervosas. Um minuto. Dois minutos. Três minutos. Quatro minutos. Cinco minutos. Bom, nós precisamos discutir muito e chegamos a uma nota 10. Oi, Lígia! Como assim? A gente não tirou dez. Tirou? Como assim?